Ninhá!
Se bastasse só a distância, tudo bem. Se bastasse só o "não-ver", ótimo. Se bastasse o não-ouvir... Melhor ainda! Mas não... Nada disto basta.

Engraçado como alguns encontros acontecem do nada e parecem rumar para o nunca mais. Parecem, eu digo, porque a gente nunca tem certeza do futuro. De repente a gente se encontra por aí, numa mesma festa, num mesmo aniversário... Enfim.

Acontece que (e eu acredito muito nisso) quando os olhares cruzam e deles brota um sorriso... Bem, você querendo ou não... Já é um momento eternizado. Sim! Porque quando se olha fundo nos olhos... Acontece um encontro das almas. E para almas, as coisas nunca são passageiras ou esquecidas.

Talvez se não fosse aquele fatídico dia, se não fosse a coincidência do destino (Afinal, coincidências existem?), se não fosse a sorte o ou azar que levou a tal situação...
Talvez não houvesse esse encontro de olhares, de sorrisos, de almas. Talvez não houvesse a química do momento, o bem estar da compreensão, a gargalhada perdida num momento onde nunca se imaginaria achar graça de algo.

Na hora você fica descrente. Totalmente descrente. Explico: ou você pode acreditar que nada daquilo está acontecendo (vulgo pés nas nuvens e cabeça na galáxia), ou então não acredita que aquilo é real, que é recíproco ou que é algo especial.

Vivi a primeira opção. Vivi e vivo até hoje, porque a expectativa é a mesma (mesmo com o passar do tempo) quando as coisas são verdadeiras.

E daí você se pega relembrando os detalhes... Sim, os detalhes! Porque, sem detalhes, que graça a vida teria, não é mesmo?

Olha, você não deveria ter se apresentado daquele jeito. Você não deveria ter esses olhos de ressaca (não, ele não tava bêbado) e muito menos esse sorriso perfeito. Nem a voz aveludada e grave. Nem esse jeito de escrever! Você não deveria raptar as pessoas com um só olhar... Nem dar uma gargalhada gostosa no meio e tanta seriedade sua. Nem falar mais alto quando estávamos nos despedindo, o que me fez abrir a porta de novo.

E o principal: você não deveria levantar o olhar (como quem olha de baixo pra cima) interrompendo sua escrita para me encarar quando eu falo algo.

Você não deveria causar arritmias ou hiperventilações. Muito menos deixar as pessoas sem graça apenas com a sua presença.

Não sei se tudo isso acontece (ou aconteceu) só comigo. Porque, moço, eu levei a pior, tá?

Bom seria se todas essas coisas fossem passageiras. Mas... Faz já algum tempo e eu estremeço quando vejo sua fotinho na rede social, tenho taquicardia quando vejo seu nome... Hey! O que acontece?

A minha pergunta maior é... Tudo isso para quê? Nada? Tudo? Quem sabe um dia? Sempre? No que isso vai dar? Ei, olha! Eu tô aqui! Tem alguém que você pode nem imaginar que gosta, E IMENSAMENTE gosta de você!

Por mais que vocês não se encontrem, por mais que tenha sido um momento, por mais que... Ah, por mais que qualquer coisa! Dane-se. Não é justo, simplesmente não é.

Já pensei ter visto coisas, já tentei me convencer disso... Mas, como já diria uma amiga psicóloga, se convencer do quê? Que nada aconteceu? Nada disso! Se aconteceu, que fique latente, quem sabe essas almas tenham um encontro marcado num futuro próximo? Que fique latente, mas não latejando. Existem outras almas de encontro marcado com as nossas nessa vida.

Existem outros olhares e outros sorrisos. Bonitos cada um a seu modo. Mas, duvido que tão belos quanto os dele.

"E a minha alma alegra-se com seu sorriso, um sorriso amplo e humano, como o aplauso de uma multidão." 
Fernando Pessoa

PS: Meus amores, desculpem-me por ficar tanto tempo sem escrever!