Ninhá!
Eu poderia começar esse texto falando sobre resoluções de Ano-Novo. Eu poderia estar roubando, matando lamentar tudo que não fiz em 2012 e prometer fazer em 2013. Eu poderia fazer uma retrospectiva. Mas já é meio de janeiro e eu ainda não escrevi nada.

Bom, sabem aquela sensação de nadar, nadar, nadar e morrer na praia? Aquela frustração de ter se esforçado tanto e não ter dado certo? Aquela hora que você se sente injustiçado por alguém em que você confiava? Pois é.

Acontece que pra começar o ano muito bem e tentar me livrar da zica de 2012 fui ao show da minha banda preferida, o Nenhum de Nós, afinal, a música deles sempre me ajudou em muita coisa desde meus 8 anos. Pois bem. Arrastei meu irmão, minha prima e uma amiga e fomos ao nosso bar favorito, lugar livre de tchê-rê-rê, tchu-tchá e lêlêlelelele...
Eu esperava um show ótimo, lindo, emocionante. E realmente foi. Só não esperava conhecer pessoas maravilhosas que mudariam meu estado de espírito.

Se tem uma coisa que eu odeio e sinto vergonha é chorar em público. Sinto que a vergonha eu perdi agora, mas o desconforto continua o mesmo. Entretanto, existem situações que a gente não consegue se controlar, certo? E foi uma delas. Eu não gosto de chorar em público principalmente porque há um certo desespero no ar e é como se você devesse uma explicação do seu choro para as pessoas ao redor. O problema é que nem sempre você quer falar sobre isso ou realmente há uma explicação (ou não há APENAS uma). Às vezes simplesmente o choro vem, pra lavar a alma.
Quem me conhece de perto, sabe que há muito eu precisava dar um banho de lágrimas na alma. Pra erguer a cabeça, respirar profundamente e seguir em frente.

Conheci daí, no show, uma pessoa que me identifiquei logo de cara (você jamais escaparia de uma relato do dia 10/01/2013, Sara). Algo me dizia que ela era uma pessoa de grande sensibilidade e amor no coração. Um puxão de braço, um "vem aqui" e no final do show (após pegar minha palheta que tanto eu queria do Carlos), quando me dei conta, estava no camarim.

Epa, peraí... Peraí senão eu choro de novo. Bom, acontece que além de conhecer minha nova amiga, conheci, por trás dos músicos que eu ouvia desde criança pessoas de incrível sensibilidade, de abraço apertado, de sorriso sincero, de brilho no olhar. E finalmente eu encontrei o que eu tanto precisava. Acho que a espera foi tanta e o encontro tão inesperado que chorei que nem criança. Juro. Eu, que por muito tempo não me permiti chorar em público desabei frente às pessoas que eu queria que vissem apenas meu sorriso.

Repito porque devo repetir: pessoas de alta sensibilidade. Tanta sensibilidade que Nenhum me perguntou o que havia acontecido ou "você tá bem?" ou então: "não chora". Tanta sensibilidade que me permitiram chorar em ombros, abraços e por pra fora tudo que me apertava o peito. Tanta sensibilidade que ouvi o que eu precisava sem falar sequer uma palavra de explicação. Senti paz no olhar e voz. Senti paz de espírito. Me dei conta de que realmente nenhum mal ou fase ruim dura para sempre. E que é a mais pura verdade que ninguém entra na vida de ninguém à toa. Nada é à toa.

Ouvi frases como: "Mas você tá feliz? Tá chorando de felicidade né? É isso o que importa!"; "Só tiro foto se daí sair um sorriso!"; "Mas esta é a intenção." (essa ficou no coração)

Depois de uma semana já do encontro, mais uma vez sinto que quero agradecer de novo. Obrigada Sara, Juca, Thedy, Carlos, Sady. Obrigada Nenhum de Nós pelos 14 anos de música, flores na cabeça e pés descalços na minha vida.

Obrigada Vitor, Camila e Jéssica por estarem comigo nesse dia pra comemorar meu 1 ano de cirurgia e minha formatura (inclusive se alguém estiver precisando de uma fisioterapeuta, viu...).

Obrigada e desculpa Papai do Céu por andar tão revoltada ultimamente. Espero que um dia eu possa entender o que você quer dizer com tudo que anda acontecendo.

E um ótimo 2013 pra todos vocês!

Beijos e um abraço bem apertado!

"O que eu sinto a respeito dos homens é estranho. É estranho como é frio... É estranho como eu perdi a fé. É estranho como é estranho perguntar um nome." 
 Extraño - Nenhum de Nós

PS: Quero Nenhum de Nós no interiorrrrr de São Paulo de novo! E logo!
PS2: Esse texto me lembrou da época dos meus 8 anos e como eu tinha que explicar quem era Nenhum de Nós pra todo mundo da minha escola. Tô ficando velha e meus 22 anos me pesam na minha asma. rs
PS3: Eu poderia citar a música Extraño toda... Francamente.
PS4: Não sou dada a resoluções de Ano-Novo. Mas quero escrever mais esse ano sim! Peguem nos meus dois pés, por favor.
PS5: Estou aceitando orações! rs