Acordou no susto. Abriu os olhos. Estava tudo escuro, um breu só. O coração disparado, a mente confusa, sem saber distinguir ainda pesadelo de realidade. Suava frio e estava de barriga pra cima. Ocorreu-lhe que toda vez que dormia
Fez-se luz. Ufa. A luz lhe trouxe segurança e ela começou a se acalmar. Sentou-se. Fechou os olhos, mas as imagens do seu pesadelo de duas noites (não consecutivas, mas ainda assim, pesadelos BEM semelhantes) vinham a sua cabeça.
"Calma, foi só mais um pesadelo. Mais um... pesadelo. Só isso." - disse em voz alta pra si mesma.
O vento uivava lá fora (como já diria meu pai, há um monstro que habita os ventos dessa cidade) e a cortina esvoaçava numa dança delicada, que a distraiu por alguns minutos. Normocárdica. Normopneica. Perdeu o sono. Resolveu rezar. Pediu a proteção do Anjo Guardião. Inqueita, levantou-se da cama e caminhou até o banheiro. A luz mais clara (e mais recentemente trocada) queimou quando ela acendeu, o que trouxe uma sensação de arrepio.
Na cozinha, bebeu água e fez leite (
Facebook, twitter, orkut, blog. Até as redes sociais faziam um
Ainda que fosse tarde, ela não sentia sono - ou talvez não quisesse sentir. Leu e releu emails antigos, de amor. Ele sempre teve o dom de acalmá-la. Entretanto, os tempos são outros, e ela havia aprendido a ser por si só. A contar mais com ela mesma, embora contasse com o carinho distante dele.
Pensou. Pensou na atual situação e achou que mandar mensagens de madrugada talvez fosse uma boa ideia. Ela gostava, pelo menos.
Mandou uma mensagem, queria que ele soubesse que estava pensando nele. Sentindo vergonha da própria decisão e completamente insegura, enviou. Na mensagem disse sobre o pesadelo, a insônia que ele provocara e a vontade de estar junto.
Abro um espaço para a breguice aqui: como se adiantasse para passar sua vergonha, escondeu o celular de suas vistas, como uma criança que fez arte. Entretanto, aguçou ainda mais ou ouvidos, a espera de qualquer bipe.
Mas ele não veio. Um minuto, 2 minutos, 10 minutos. Meia hora. Quarenta minutos e nada. "Talvez ele esteja dormindo", pensou. Ou talvez não goste de mensagens de madrugada como ela. Triste e frustrada resolveu tentar voltar a dormir, afinal, insônia deveria ser só para quem pode.
Tentou fugir do sonho-pesadelo acordada. E agora queria dormir pra fugir da realidade. Para se certificar que receberia uma surpresa de manhã, soterrou o celular com almofadas.
Deitou-se e se encasulou no edredon,
Mal acordou e num salto foi a procura do celular soterrado. Nada de resposta. Nada. Colocou-o embaixo das almofadas, numa espécie de castigo. Como se ele tivesse entendido o apuro em que se metera, logo um bipe foi ouvido.
"Ei, você está bem?"
Sim, ela estava. Novamente ela se sentia bem.
"Tem gente que pensa que eu me acho. Mal sabem eles que eu só me perco."
Caio Fernando Abreu
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ótimo, como sempre.....
e fechando com o lindo caio, fica melhor ainda!
mande o pesadelo para longe!
And!!!!! Muito obrigada!!
e sim: XÔ PESADELOS!