Se fosse apenas paixão, fogo, passageiro... Mas não. Era amor. E tinha vindo pra ficar. Aliás, já viu amor ir embora? A pessoa até se vai, segue outro rumo. Mas o sentimento fica, latente, por vezes adormecido simplesmente porque as almas se encontraram. Mas não era o momento e nem o lugar.
Não era o momento, nem o lugar e muito menos a circunstância. Mas elas se encontraram. E desse encontro sugiram muitas coisas. Um olhar, um sorriso, uma troca de palavras, um abraço. Um beijo, talvez. Tarde demais. Já era amor.
Talvez se não tivesse acontecido. Se eles não tivessem a sorte de estarem no mesmo lugar ao mesmo tempo. Ou se não tivessem se notado. Ou se estivessem ocupados demais para notar os rostos em volta de si mesmos. Talvez se a memória fosse fraca, a timidez enorme, a ousadia pouca.
Às vezes a gente se pega passando e sentindo coisas que a gente já viveu ou sentiu. Dejà vù ou estão realmente se repetindo? Será que deixamos algo nos escapar da primeira vez? E se a gente tivesse a oportunidade de fazer diferente? De abrir o jogo, de falar a verdade, de perdoar. De contar por quê fez certas coisas ou porque não as fez. De passar por cima, aceitar embora não concordando, responder o que ficou entalado na garganta. E se eu falasse tudo aquilo que queria? Se eu fosse embora, desistisse de tudo ou investisse em algo inimaginável?
Talvez se eles tivessem desistido no primeiro obstáculo. Talvez não houvesse saudade. Não houvesse vontade de estar junto. Não haveria lembranças de manhãs de domingo, de pé no chão, de conversas embaixo de uma árvore, de deitar na grama. Não haveria segredos, conversas por olhares. Não haveria recordações de momentos mágicos, de pedido para estrela cadente, de lençol desarrumado, cabelo no peito, respiração perto. Não haveria cartas, bilhetes, cartões, boneco, flores. Não haveria choro, despedida e nem mágoa. Não haveria planos.Talvez algo estivesse errado. Talvez eles erraram em algo. Mas como admitir que errado era algo que parecia tão certo? Talvez houvesse muita interferência, muita coisa escondido, muitas satisfações a dar.
Quando a gente dá muita satisfação da nossa vida, as pessoas se sentem no direito de cobrá-las cada vez mais. Para ele, a menina dos sonhos. Para ela, o famoso amigo imaginário, como quem não o conhece o chama. Ele sonhador, ela louca. Não, não. Ele apaixonado, ela entregue. Que importam os que não os conhecem? Nada. Absolutamente nada. Que ela fosse um sonho e ele imaginário. Eles existiam. Dentro da realidade um do outro. E dentro da realidade de quem importava a eles.
Talvez a vida não teria virado de pernas para o ar. Talvez não teria se descoberto um sentimento. E a possibilidade de guardá-lo a sete chaves, para o destino. Para o amanhã ou mesmo para uma outra vida.
Talvez. Talvez nem fosse pra acontecer. Mas um dia eles se encontraram. E quem garante que não vão se encontrar novamente? Talvez não hoje, nem amanhã ou depois. Mas irão.
Talvez não fosse o destino deles permanecer juntos. Mas eles se encontraram e não por mero acaso. Talvez sigam rumos diferentes, o que não significa que não serão felizes. Pode ser que eles tinham que se encontrar, mas não permanecer.
Pode ser que haja um novo amor à primeira vista. Ou que velhos amores retornem numa segunda visão.
Nunca se sabe.
“Muitas pessoas têm a ideia errada do que constitui a verdadeira felicidade. Ela não é alcançada através da auto-satisfação, mas através da fidelidade a um propósito digno.”
Helen Keller
PS: Força, Larii! Tô com você e não abro! Força e fé, mulher!
PS2: Leia o texto ao som de The Other Side of the World, da Kate Tunstall.



Mana, você precisa parar de escrever bonito assim..que me faz chorar! :(
Parabéns, fofa, excelente como sempre! Beeijos! (L)
Talvez fosse apenas para mostrar que planos não fazem parte do destino. Mas o destino deles eram eles quem decidiam. Se não era mais possível estar juntos, ou o destino estava sendo cruel demais ou era o que realmente deveria acontecer.
Dói. Ô se dói. Mas o que é pra ser, será.
Talvez eles tivessem cumprido os respectivos papéis um na vida do outro. Não se sabe. Não se tem como saber.
"Serás para mim única no mundo."
Eu disse que um dia a gente ia rir muito do "Imaginário".