O primeiro passo foi caçar uma companheira de aventura. Ana Pê (Sim! Somos uma dupla! Ana Cê e Ana Pê) topou. Daí já percebi que quanto você mais convive com as mesmas pessoas, menos oportunidade tem de conhecer gente nova. Gente maravilhosa. Com a Ana Pê foi assim. =) Percebi também que quanto mais você cisma em grupinhos de "amigos", mais se isola e desaprende a viver com você mesmo.
Cabe aqui um comentário: pra quem ficou espantado com tamanha a minha euforia pra ver o Pedra Letícia, eu explico. Conheço a banda há uns 5, 6 anos e conversava até que bastante com o Fabiano. Por alguns problemas de interpretação e entendimento, e, principalmente com a mudança repentina do meu msn, perdemos o contato. Mas o carinho da minha parte continua o mesmo. E devo dizer que aprendi muito com ele nessas conversas emeésseênicas. O cara é gente boa mesmo, pipól. E sim, eu sei cantar todas as músicas, tá?!
Bom, chegamos ao Pub e encontramos uma turminha que para mim era uma vasta e diversificada turma (bem diferente das que eu conheci até então na faculdade). Pessoas do primeiro, segundo e quarto ano. Eu representava o terceiro. E me senti bem. Estranhamente bem como nunca havia me sentido. De repente estava acolhida. E livre. Me sentia espantosamente livre.
Para quem me conhece "meia-boca", sabe que eu vou em shows para me acabar. Sim! Eu sou daquelas que pulam, cantam, dançam, fazem coreografias, choram e saem roucas e mal suportando os próprios pés de tanto que pulou. E isso me faz bem. Extravasar faz bem.
Devo dizer que há muito precisava de algo assim e, embora estivesse sem os meus companheiros fiéis de Los Hermanos Cover (hoje Vinil Verde), eu havia decidido que me divertiria a qualquer custo. Ou melhor: ao meu custo.
Mal a banda entrou e eu fui loucamente puxada por um moço que queria que eu subisse no palco (hein?!). Fui parar no beija-palco, empolgada por ver o cara que um dia conversava por msn e a banda dele que eu ouço quando tô triste (ou não). Daí que me perdi, obviamente (agora me diz, quando é que eu NÃO me perco?). Olhei pros lados, para trás e naaada da Ana Pê ou do pessoal. Mas bem, eu tinha meu novo amigo empolgado e uma menina de camisa xadrez divertidíssima que conversava e pulava comigo.
Devo dizer: me diverti horrores. Cantei muuuito! Todas as músicas. Eu disse que sabia todas as músicas! Rá. Dancei Sidney Magal (já disse que adoro o Magal?) Pulei mesmo de salto (invejando uma menina que estava do meu lado de All Star), gritei e atéééé cantei Boate Azul ajoelhada com a garota da camisa xadrez(porque segundo ela, essa música DEVE ser cantada de joelhos).
Porque afinal... Se não tiver ninguém... Eu faço sozinha mesmo.
Uma vez assisti a um episódio do Cold Case que, resumindo, era assim: mulheres eram sequestradas e mantidas num lugar frio, escuro e sem esperança até que desistissem de viver. Todas morreram. Aliás, quase todas: uma foi encontrada viva, cantando. Com ela mesma. Porque ela nunca desistiu de si mesma. Esse episódio me marcou demais. Porque, quantas vezes a gente "larga" de viver por causa de outros? Se um não vai a um lugar, nós também não vamos. Deixamos que a nossa alegria dependa de paixões, amizades, expectativas que nós mesmos criamos sobre as pessoas.
Ora, ninguém deve carregar o peso de ser como a gente queria. Logo, como dizem (e já é clichê), a única maneira de não se decepcionar com as pessoas, é não esperar nada delas. Mas a gente espera, e se frustra. Muitas vezes queremos que elas sejam como nós, quando na verdade, NUNCA SERÃO (capitão Nascimento feelings).
Porque ser nós mesmos... É uma delícia! E afirmo: nos dias de hoje é um dom até. E eu me senti bem sendo eu mesma naquele show. Aliás, tenho me sentido muito bem comigo mesma, obrigada. Acho que em 2 anos e pouco de faculdade, estou vivendo o melhor momento desta fase. Vivendo mais leve, sem mágoas, sem frustrações. Feliz.
Também gostaria de citar alguns ensinamentos do especialista Gabriel do CastLove. Ele disse assim, certa vez: a gente tem que gostar da gente mesmo. Se olhar no espelho e dizer 'Eu sou lindo.' E não se vestir e se arrumar pros outros. Porque o que importa é você ser para você mesmo. As coisas acontecem como consequencia de outras. E, mais um clichê, você atrai MESMO o que transmite.
Já que este post diz respeito ao Pedra, uma vez (há uns 4 anos), o Fabiano me disse uma coisa - e talvez nem se lembre mais, mas me marcou - que me acompanha até hoje... Era algo assim: as pessoas só fazem com você o que você deixa que elas façam. Se você não quer, ninguém pode te obrigar. Se você se sentir obrigado, é por que no seu íntimo você quer, só não quer assumir.
Por fim, deixo alguns agradecimentos:
- À Ana Pê, pessoinha magavigosa e ao Fer, meu querido amigo que aguenta meus surtos de euforia.
- À Michelle e os seus amigos da Famema pela carona.
- Aos meus amigos e companheiros fiéis de shows-lava-alma: Thá, Tamy, Alê, Pulga, Jéh.
- Aos amigos que quero curtir um lava-alma ainda: Pote, Danna, mamãe Ju, Marii e Mandão.
- À And que mesmo de longe se faz tão presente.
-À Fran, que jura que o Fabiano não é ele e que antes dele um tal de Carlão cantava no Pedra Letícia.
- Aos meninos do Vinil Verde (LHc), responsáveis por muitas sessões de lava-alma, das quais saí leve, disposta e pronta pra mais vida.
- Ao pessoal do Pedra Letícia pelo show maravilhoso (e perdoem o povo de Sociais, eles não sabem o que fazem, só fazem greve mesmo...) e pela oportunidade de pular, cantar, gritar e me acabar. Em especial ao Fabiano, pelas conversas antigas pelo msn.
"Quando somos abandonados pelo mundo, a solidão é superavél;quando somos abandonados por nós mesmos,a solidão é quase incurável..."
Augusto Cury



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