Ninhá!
Depois de um tempo sem um texto decente e digno, eu voltei.

Em primeiro lugar, como alguns vieram conversar comigo, fica aprovado pra 2011 posts primeiramente mensais (depois quem sabe) de dicas de livros, filmes e músicas. =D Adoreeeei!

Agora sim: vamos ao texto e aos acontecimentos.


Acordei um pouco melhor hoje. Talvez pelo passe que tomei ontem no Centro Espírita.
Finalmente o calor infernal desta cidade deu uma amenizada por conta das chuvas. Mas hoje o nublado do tempo não me entristeceu e nem deixou-me preguiçosa.

Um telefonema. Um combinado. Uma ideia e um aperto no coração. E dentro de pouco tempo estava eu lá, em companhia dele, embaixo do Ipê Branco.
É. O Ipê Branco novamente. Mas desta vez não havia flores. Apenas o esqueleto e algumas folhas.
Ele estendeu uma blusa para que eu me sentasse sobre a grama. Sentou-se sobre uma toalha que costuma carregar no carro.

- Promete que continuará vindo aqui pelo tempo que eu estiver fora? - ele perguntou.
- Temos tempo...
- Não. É uma oportunidade única este momento nosso.
- Mas...
- Promete?
- Prometo.

Fez-se silêncio. Estranhamente, aquele silencio me incomodava, me angustiava e eu me lembrei que iríamos nos separar por algum tempo. Como pareciam horas em silêncio, e eu, tagarela que sou, resolvi quebrar o momento de quietude.

- Por que é tão importante assim? - perguntei.
- O quê?
- Que eu venha...
- Porque é.
- Eu ficarei triste de vir sem você. - calei-me antes de não conseguir calar as lágrimas.
- Por isso mesmo quero que venha.
- Não entendo. - fiquei confusa.
- Você entenderá.
- Não sou boa em pegar coisas no ar. Sou tapada, você sabe disso.
- Lembra que aqui encontro minha paz de espírito? - disse ele.
- Sim, lembro.
- Cuida dela, por favor.
- Ora, tua paz de espírito te acompanhará, não importa onde você esteja. O que você encontra aqui, não te deixa. - respondi, irritada.

Fez-se silêncio novamente. Me aninhei em seus braços, e sentia uma fina garoa cair sobre nós. Fina, gostosa, doce.

- Apenas prometa. - ele insistiu.
- Ok, eu prometo. - cedi.
- Obrigado.
- Algumas pessoas não acreditam em você. - disse.
- Eu sei. Sinto muito por isso. - ele respondeu. - Mas basta-me teus pais e as pessoas que te amam.
- Pra mim também. Com o tempo, vão ficando as pessoas e as coisas que realmente importam. Meus pais sempre me alertaram. Por teimosia, eu insisti e o que você já sabe aconteceu.
- Você é muito valente, garotinha.
- Ei, Valente é meu sobrenome! - hãn hãn?

Ele sorriu, eu sorri e ao mesmo tempo não consegui conter uma lágrima sapeca que rolou meu rosto e parou no canto da minha boca.
Ele percebeu. Apertou-me contra seu peito ainda mais forte, mais protetor.

- Não fica triste. - pediu.
- Não estou triste.
- Então não chores.
- Não consigo conter lágrimas. - obviamente nesta hora, outras amigas da primeira lágrima sapeca resolveram dar o ar da graça delas.

Ele respeitou minha tristeza momentânea. Ficou fazendo cafuné até que meus soluços se acalmassem.

- Tá chovendo. - comentou.
- É. - concordei - Eu gosto dessa chuva fininha.
- Vamos fazer algo diferente então - ele disse, levantando-se e dando uns passos para frente.
- Hum... O quê? - acompanhei-o.
- Pensa em tudo que é ruim, que você quer tirar do coração, da tua vida. - como eu gosto desse sotaque! - Ei, feche os olhos!
- Hum... Tô pensando.

Senti ele tomar minhas mãos e me trazer junto de si. Sentia a chuva levemente mais forte.

- Agora respira bem fundo. Na expiração, expire com tudo! Com força. Expire tudo... Não tire somente o ar dos teus pulmões. Tire os sentimentos ruins do seu coração.

Expirei. Expirei o máximo que pude. Tive uma experiência de semi-desmaio de tanto expirar.

- Agora enquanto você inspira de novo, pense em sentimentos, lembranças e momentos bons.

Inspirei. Oras! Mas isto não é ar! É... É... Um perfume? Uma sensação? A maior das alegrias, talvez? Nossa! O que é isso?

E então percebi que além de se encontrar paz de espírito no Ipê Branco, era possível lavar a alma.




"A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar."
Antoine de Saint-Exupéry - O Pequeno Príncipe.




PS: Sorte e fé pros meus amigos que estão prestando prova de Residência Médica, pros meus amigos que estão prestando prova de Aprimoramento, e pros meus amigos que estão prestando Vestibular.

5 Responses
  1. Ana Banana.. adorei seus escritos!
    Quando der dê uma passada no meu também.. ele vive desatualizado, coitado rs... mas as vezes escrevo umas palavrinhas, umas letras de musica, uns textos do Caio Fernando Abreu rs essas coisinhas que falam sobre a o que a gente é de fato!rs
    Saudade sua nanica!
    Ateh sabadooo
    beijos
    Pulga


  2. Ninhá! Says:

    hahahahaha

    Atééée Pulguenta! Porque sábado é NÓIS, MANO! hahahahaha

    Poxa Pulga, vou passar lá agorinha mesmo!
    E fiquei super feliz de você ter gostado! Dê uma passadinha quando puder que esta aspirante a blogueira que vos fala ficará MASTER feliz!

    beeeeeeeeeeijo!


  3. Roddy Says:

    É garota! Você se supera cada vez mais!

    E o Ipê Branco é um lugar mágico mesmo! Que só pessoas especiais, que compreendem o sentido dele sabem apreciar.

    Um beijão do seu amigo imaginário! rsrsrsrsrsrs


  4. Ninhá! Says:

    hahahaha Meu caro amigo imaginário! =p

    Eu raxo o bico com você.

    SEM MAIS.


  5. Marii Says:

    Oi, amiga imaginária!